As causas da revolução francesa são remotas e imediatas. Entre as do primeiro grupo, há que considerar que a França passava por um período de crise financeira.
Os votos eram atribuídos por ordem e não por cabeça. Havia grandes injustiças entre as antigas ordens e ficava sempre o Terceiro Estado prejudicado com a aprovação das leis.
Os chamados Privilegiados estavam isentos de impostos, e apenas uma ordem sustentava o país, deixando obviamente a balança comercial negativa ante os elevados custos das sucessivas guerras, altos encargos públicos e os supérfluos gastos da corte do rei Luis XVI.
Causas Socias
A sociedade francesa da segunda metade do séc. XVIII possuía dois grupos privilegiados:
– o Clero, composto pelo Alto Clero, que representava 0,5% da população francesa;
– a Nobreza, que representava 1,5% da população francesa;
Esses dois grupos oprimiam e exploravam o Terceiro Estado, constituído por burgueses, camponeses sem terra e os “sans-cullotes”.
Os impostos e contribuições para o Estado, o clero e a nobreza incidiam sobre o Terceiro Estado, uma vez que os dois últimos não só tinham isenção tributária como ainda usufruíam do tesouro real por meio de pensões e cargos públicos.
A França ainda tinha grandes características feudais: 80% de sua economia era agrícola. Quando uma grande escassez de alimentos ocorreu devido a uma onda de frio na região, a população foi obrigada a mudar-se para as cidades e lá, nas fábricas, era constantemente explorada e a cada ano tornava-se mais miserável. Vivia à base de pão preto e em casas de péssimas condições, sem saneamento básico e vulneráveis a muitas doenças.
figura 2 -O Terceiro-Estado carregando o Clero e a Nobreza nas costas.
Causas Económicas
Os historiadores sugerem o ano de 1789 como o início da Revolução Francesa. Mas esta, por uma das “ironias” da história, começou dois anos antes, com uma reacção dos notáveis franceses – clérigos e nobres – contra o absolutismo, que se pretendia reformar e para isso buscava limitar seus privilégios. Luís XVI convocou a nobreza e o clero para contribuírem no pagamento de impostos, na altamente aristocrática Assembléia dos Notáveis .
No meio do caos económico e do descontentamento geral, Luís XVI de França não conseguiu promover reformas tributárias, impedido pela nobreza e pelo clero, que não “queriam dar os anéis para salvar os dedos”. Não percebendo que seus privilégios dependiam do absolutismo, os notáveis pediram ajuda à burguesia para lutar contra o poder real – era a Revolta da Aristocracia ou dos Notáveis. Eles iniciaram a revolta ao exigir a convocação dos Estados Gerais para votar o projeto de reformas.